Deixar-te ir...
Naquele cadeirão ficavas, e olhavas para quem passava! Tanta vida desconhecida se cruzava com o teu olhar infinito e fazia-te viajar. Contemplavas o Sol ou a chuva, a alegria ou a tristeza e tudo valia mais que um simples sussurar de palavras conjugadas para te fazer sorrir. Eram aquelas imagens que te enchiam a mente, a alma...toda aquela vida que ias absorvendo até transbordares e partilhares. Davas! Sempre deste e ainda o fazes, embora doutra forma...
Crescer contigo aconteceu e ainda acontece, agora que muitas das tuas palavras ecoam na minha cabeça. A pouco e pouco vão também elas ganhando um novo sentido, uma nova leveza até se condensarem em novos ensinamentos que vou guardar para sempre. E é neste sempre que te guardo, na imensidão do teu azul, tal qual o oceano imenso que vemos naquelas fotos de lugares paradisíacos...onde mereces estar! Deixei partir-te, sem egoísmo, porque não mereces que não o faça. Ensinaste-me que as pessoas de quem gostamos não nos pertencem, devem ser partilhadas e chegou a hora de eu aplicar esse ensinamento: partilho-te agora com o desconhecido...onde quer que estejas. Quero que saibas que continuas aqui, como uma lança que trespaça a carne frágil, e aqui ficarás porque aqui também é o teu lugar...
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