Sunday, October 15, 2006

"Khady - Mutilada"


Há verdades que nos escapam no dia-a-dia, por parecerem verdadeiras obras dum imaginário sórdido, mas que continuam bem presentes nas vidas de alguns povos. A excisão é uma prática que ainda hoje ocorre. Para que tenhamos uma ideia, cerca de 3 milhões de meninas são excisadas anualmente. Ora, este acto de terrorismo, ocorre em vários pontos deste mundo, sendo a África Negra, a Indonésia, o Egipto e, admirem-se, a Europa alguns exemplos! Khady Koita*, é um exemplo vivo duma mulher a quem o clítoris foi barbaramente lancetado, com uma qualquer lâmina de barbear. São várias as razões que levam a tal crime, razões essas que encobrem um acto horrendo, que abafam em si a dor de meninas que muitas vezes não são fortes o suficiente para segurar a sua vida e sucumbem às infecções, consequência de tal acto! É usual associar a excisão ao islamismo e a África, mas também os cristãos e os animistas a praticam, sendo o resultado, em muitos casos, da falta de alfabetização e emancipação das mulheres. São exemplos como o que é dado por Khady Koita*, que permitem à sociedade estar alerta sobre este atentado à condição humana, lutando contra a barbárie que é a excisão genital humana...

« *Nota: Neste mês de Outubro, Khady completa 47 anos. O percurso da vida desta senegalesa está profundamente relacionado com duas datas. A primeira, quando aos sete anos a avó lhe anunciou: «Hoje, minha querida, vamos purificar-te.» E a segunda quando, aos 13, casou com o primo a quem estava prometida e veio viver para Paris. Depois de muitos anos de agressões, conseguiu libertar-se. A história de Khady Koita, entretanto presidente da Rede Europeia de Luta Contra a Mutilação Genital, foi agora editada numa obra imperdível: Mutilada. »

3 comments:

Ledbetter said...

Vieram-me lágrimas aos olhos ao ouvir o depoimento desta mulher na sic notícias. Grotesco. Da mais vil desumanidade.

Anonymous said...

Eu comprei este livro esta semana,e acabei de o ler ontem,já tinha visto um documentário à cerca de dez anos na sic sobre a mutilação genital em África,e na altura já fiquei chocada,quando vi o livro à venda resolvi comprá-lo para conhecer um pouco melhor dessa tradição bárbara que infelizmente ainda hj se pratica.Admiro imenso a Khady por ter lutado contra tudo e contra todos,por se ter libertado de um marido k a maltratava,de uma tradição ridícula k keria impor a sua submissão em todos os aspectos.Tb chorei ao ler certas partes desse livro,pk custa-me a acreditar k ainda em tantos países em pleno século 21 ainda se pratiquem tais atrocidades contra as mulheres.

Anonymous said...

Yo termine de leer el libro ayer, y también ha sido muy triste y sobrecogedor, y senti mucha pena por Khady, y por todas las mujeres mutiladas del mundo. A Kadhy le envío todo mi amor y cariño.