Friday, March 03, 2006

BASTA!

Basta!
Durante muito tempo, pelo menos para a blogoesfera, não escrevi mais sobre o que pensava sobre os acontecimentos em catadupa desde a publicação dos Cartoons do Profeta Maomé no jornal dinamarquês Jyllands-Postan.


Os protestos do mundo islâmico contra as caricaturas do Profeta, a agressividade com que é feito esse protesto e o ódio suscitado por este acto levantam várias questões de fundo. A primeira, porque não mostram os muçulmanos tanta determinação e agitação para falarem de conceitos tão nobres como democracia, igualdade e, fundamentalmente, direitos humanos?

O mundo islâmico é caracterizado por regimes absolutistas, onde actos coercivos e subversivos são praticados à luz do dia. Desemprego, pobreza, violações inequívocas dos direitos humanos são nota comum no Islão… Mas ali, o cidadão comum não pode sequer questionar o estado em que vive sem que no instante seguinte sofra na pele o que acabou de dizer. Quando vejo o arrastar duma situação, que já se esgotou em si própria a partir do momento em que o primeiro-ministro dinamarquês afirmou que sendo a Dinamarca um estado de direito, livre, os autores das caricaturas seriam julgados pelo que haviam feito e então sentenciados, (ou não!) – revolto-me! Mas não me revolto como fazem os muçulmanos!
Quando me apercebo que milhares de pessoas muçulmanas, ou com afinidades muçulmanas, saem às ruas, um pouco por todo o mundo, para protestar contra as caricaturas, e, incentivadas por “entidades superiores” contra o mundo ocidental – fico com pena! Tenho pena que o povo muçulmano (não todo, em boa verdade) prefira a destruição, a violência… prefira ver numas caricaturas um tremendo insulto ao Profeta Maomé, mas não achem que a injustiça, a tortura em que vivem constantemente, com restrições na sua própria liberdade não sejam também um insulto ao Profeta! Esse mesmo Profeta que pediu igualdade entre irmãos…Afinal, “quando alguém nasce, nasce selvagem” e não preso!

Este trata-se, provavelmente, dum caso de ira mal direccionada…com o receio de perderem o pouco que tem, e assim o povo islâmico prefere seguir alguns governos locais, (com outros objectivos!), em protestos contra o mundo ocidental, do que sofrer as represálias desses mesmos governos num caso de manifestação por direitos como a democracia, falta de emprego…mais participação política.
Depois…quando falo em governos e governantes daquelas paragens, deparo-me com atitudes e comunicações tão arrogantes como insensíveis perante o sofrimento e desaparecimento de seis milhões de pessoas como aconteceu durante o Holocausto. O Irão, na pessoa do seu presidente Mahmoud Ahmadinejad é um exemplo disso dizendo claramente que “O Holocausto é um Mito”. Embora eu não queira recordar aqui o Holocausto e o Nazismo, penso que nos tempos que correm, o Terrorismo, muitas vezes praticado pelos fundamentalistas Islâmicos contra o ocidente mais não é do que o reavivar daquilo que foi o Holocausto – será que a sua tentativa de desvalorizar o Holocausto é mais uma manobra para desvirtuar um facto inequívoco da nossa infeliz história ocidental? Quererão eles desculpar o Nazismo e o seu triste legado como forma de desculpabilizar alguns dos seus actos? Haverá algum Deus que defenda a morte para que a Sua palavra prevaleça? Infelizmente a maioria dos ocidentais em tempos pensou assim! O Cristianismo e seus seguidores já pensou assim…mas mudou!
Que pena dependermos também nós, ocidentais, do mundo islâmico, devido ao seu poderio em termos de recursos energéticos – leia-se ouro negro! Talvez se não houvesse esta dependência e subserviência desde os Estados Unidos da América (os justiceiros do ocidente) até à Europa a história fosse outra…Talvez…
Basta!

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